sábado, 3 de abril de 2010

Campeonato Brasileiro de Triathlon Longa Distância


No dia 27-mar-10, participei da I Etapa do Campeonato Brasileiro de Triathlon Longa Distância, realizado na Lagoa do Banana no Cumbuco, próximo a Fortaleza. A prova teve a distância de 3km de natação, 80km de ciclismo e 20km de corrida. Choveu durante a toda a semana que antecedeu a competição, e no dia da prova o sol resolveu dar o ar da graça. Esse detalhe iria fazer toda a diferença. Largamos as 06:45 para 2 voltas na lagoa. Resolvi já sair imprimindo um ritmo mais forte me concentrando no ciclo de braçadas, e ao final da primeira volta olhei para o relógio e este marcava 25min. Fiquei satisfeito e fui muito confiante para a segunda volta onde consegui manter o mesmo ritmo. Concluí a etapa de natação realizando os 3km em 50:10. Gostei muito do meu desempenho na água e me dirigi rápido para a transição para iniciar a etapa de ciclismo. Agora seriam 2 voltas de 40km com asfalto em perfeitas condições e com vento razoável. Nos primeiros 20km, senti muito desconforto nas pernas, chegando até a ficar irritado com aquilo. Aos poucos o desempenho foi melhorando e pude ditar o ritmo desejado, mesmo com o sol apertando e fazendo a temperatura elevar bastante. Enfim, concluí os 80km em 2h19m. Parto para fazer outra transição rápida e agora viria pela frente 20km de corrida a serem realizadas em 4 voltas. Estava me sentindo bem e confiante com os tempos obtidos na natação e ciclismo. Olhei para o relógio e vi que se fizesse a corrida num pace de 05:00 o kilômetro, iria bater o recorde do ano passado. Começei a correr num pace de 04:45 até o km 3, onde senti que o sol não estava pra brincadeira (depois da prova soube que estava 42 graus). Simplesmente não conseguia mais imprimir um bom ritmo e cheguei até a caminhar com a temperatura corporal elevadíssima. Deu "tilt". Nessa hora, uma mistura de sentimentos se fez presente: frustração, decepção, raiva e vontade de desistir. Pelos meus cálculos, com aquele calor absurdo e que nunca tinha visto antes com aquela intensidade, a possibilidade de quebra de recorde iria pro espaço. Com muita dificuldade de retomar a concentração e a motivação, resolvi não olhar mais para o relógio e fui decidido a simplesmente completar a prova. Aprendi que temos que fazer a leitura do dia, das variáveis que decidem diretamente a performace do atleta. E nesse dia, o sol estava de rachar, como nunca. Ao longo da corrida, fui notando várias desistências (até da elite), atletas passando mal, atletas desmaiando e a fisionomia de muitos não era boa. Então vi que todos também estavam sofrendo e a minha inquietação foi diminuindo. Foi onde o espírito Ironman falou mais alto, e na base da raça, muita determinação e superação, consegui recuperar a concentração total e segui em frente até cruzar o pórtico de chegada com a minha esposa e filhão em 5h11m. Conquistei o 7º lugar na cat. 35-39 anos com 27 atletas inscritos. Fui o 4º melhor triatleta cearense na prova, num total de 57 cearenses inscritos. Essa competição serviu de única seletiva para a convocação da Seleção Brasileira que representará o país no Mundial de Immenstad, na Alemanha, em 31 de julho deste ano. Para a minha imensa alegria, conquistei a vaga para o mundial. Agora a luta será por um patrocinador que viabilize a minha ida ao mundial.


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