O Ironman World Championship 70.3 teve a sua primeira edição em 2006 na cidade de Clearwater, Florida, Estados Unidos. Durante cinco anos esse evento foi disputado por lá. A partir de 2011 foi migrado para Las Vegas, Nevada, Estados Unidos.
A edição desse ano, a segunda em Las Vegas, gerou uma grande polêmica. Os atletas que disputaram a prova reclamaram bastante das condições climáticas adversas, com uma combinação terrível de alta temperatura e baixa umidade. De acordo com um site americano especializado em clima, tivemos na edição de 2011 uma temperatura em torno de 31ºC e em 2012 em torno de 39ºC.
Segundo relatos, vários atletas reclamaram formalmente a WTC e os fóruns na internet registraram discussões acaloradas entre aqueles que fizeram a prova e os que acompanharam a distância. Muito se questionou sobre uma preparação inadequada desses atletas para a prova em Las Vegas no quesito aclimatação, assim como um certo exagero no tom das reclamações.
O que me chamou a atenção é que na edição de 2011 não teve esse estardalhaço todo. O que aconteceu então em 2012? Lembrando que se trata de um Mundial, e portanto, teoricamente estão os melhores do mundo na disputa, onde conquistaram suas vagas em seletivas ao redor do mundo, ou seja, são atletas preparados. Logo pensei, algo realmente de muito sério aconteceu esse ano. Algo que levou os atletas a passar da tradicional superação nessas provas, para simplesmente ser uma questão de sobrevivência dentro da prova. Nesses dois lados da discussão, respeito demais a opinião de quem esteve lá e fez, e portanto sentiu e viveu tudo isso.
Então, resolvi pedir ajuda a Matemática e seus números reveladores, e de posse dos resultados oficiais das edições de 2011 e 2012, cruzei os dados e gerei algumas informações, no intuito de encontrar algum vestígio que levasse a apontar o fator clima como principal desencadeador para os atletas não terem um bom rendimento em 2012.
Ao analisar essas informações, estou convencido que em 2012 o fator clima foi essencialmente determinante e implacável para os atletas, formando uma grande barreira para os seus rendimentos e validando as reclamações quase que unânimes desses bravos guerreiros de Vegas 2012.
Quero deixar claro que isso é somente a minha opinião e apenas realizei esse estudo no sentido de clarear o campo das idéias e basear a minha opinião em algo mais concreto, que são as estatísticas. Segue logo abaixo o resultado desse meu estudo e que ele possa servir para a análise de vocês.
Podemos observar que tanto em 2011 quanto em 2012, a grande maioria dos atletas fez um tempo na casa de Sub-6h, ou seja, entre 05:00:00 e 05:59:59, e com um percentual bem parecido.
O quadro acima comprova um crescimento expressivo nos tempos mais altos (Sub-7h, Sub-8h e Sub-9h). Tivemos em 2012 tempos Sub-10h e Sub-11h, que não tivemos em 2011. Além de um crescimento também muito alto de desistências (DNF), conforme ressalta o quadro abaixo.
Outro detalhe que me chamou muito a atenção, foi o aumento no tempo médio total, tempo médio da bike e tempo médio da corrida, conforme pode ser visto nos quadros abaixo.
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