História de atleta: do caos ao Ironman
O triatleta Ricardo Veras se inspirou na história de um amigo publicada no ativo.com para contar como o Triathlon salvou sua vida, em um relato de superação 14/5/2010 09:03 Por redação
foto: ricardo zinner - ativo.com
Salvo pelo Triathlon. Essa é a síntese da inspiradora história de Ricardo Veras, hoje triatleta que se prepara para mais um Ironman Brasil no próximo dia 30, em Florianópolis. Há apenas seis anos, era um homem de 33 anos com uma relação de 11 sintomas - cada vez mais comuns atualmente - que o colocavam à beira de graves problemas, como enfarto.
Ano de 2004 e os 11 sintomas de Ricardo: depressão, síndrome do pânico, gastrite, refluxo, obesidade, sedentarismo, insônia, irritabilidade, estresse elevado, taquicardia e pressão alta. "Isso mesmo, eu tinha esses 11 sintomas. Parece até escalação de time de futebol. Naquele momento da vida eu tinha chegado ao caos e um médico chegou pra mim e disse: Ricardo, você está à beira de um AVC ou enfarto fulminante. E sabe quais são suas chances de sair vivo de um deles? Quase zero", relata. “Eu tinha ‘apagões’, comia muito mal, bebia litros de refrigerante por dia, era muito estressado, sedentário e não tinha válvula de escape alguma”, acrescenta.
Como era de se esperar, essa dura sentença marcou profundamente Ricardo, que em vez de se lamentar resolveu que ia dar a volta por cima, e começava ali sua longa batalha de superação para continuar vivo. Todos os médicos consultados na época foram unânimes com relação a uma coisa: praticar atividade física era obrigatório.
"Como era sedentário e estava com 95 kg com 1,68 cm de altura, a melhor opção foi optar pelas caminhadas. Com uma disciplina militar, fiz um programa de reeducação alimentar e fui progredindo aos poucos. Não tinha pressa. Tinha na mente que a minha mudança seria para sempre e para melhor. Poucos meses depois, incorporei uma natação bem leve na piscina do condomínio. A piscina tinha 10 m de comprimento e eu me sentia um carrinho bate e volta nela. Mais a frente comecei intercalar entre as caminhadas, um trote. O que mais me chamava atenção era que eu começava a gostar daquilo tudo e via os benefícios e milagres que a atividade física estava me propiciando", relata Ricardo.
Ao longo do tempo, Ricardo conseguiu derrubar cada um dos onze sintomas. O mês de julho de 2004 é marcado como o mês oficial do início de sua vida de atleta, quando aceitou o convite do irmão para competir na Maratona de Revezamento Pão de Açúcar em Fortaleza, em uma equipe com 8 atletas.
"Essa prova é muito legal, pois apresenta muitas pessoas ao esporte. Eu teria que correr 5 km e lembro que ao concluir o percurso senti algo diferente, uma euforia e sensação de realização muito forte. Fiquei emocionado. Depois dessa prova me inscrevi em todas as corridas de rua de Fortaleza até 10 km", conta.
O tempo e a forte disciplina nos treinos diários também proporcionaram melhoria de desempenho e a possibilidade de encarar uma meia maratona. Ah! Neste período, os 11 sintomas já eram coisa do passado.
Em 2007, Ricardo descobriu o "mundo do Triathlon" e aí foi paixão à primeira vista. "Fiquei alucinado por este esporte, adoro praticar e falar sobre ele", conta. Leitor do ativo.com, Ricardo resolveu contar sua história depois de ler o relato de seu colega de treino na mesma cidade, Erick Vasconcelos, publicado recentemente no ativo.com.
Ainda em 2007, Ricardo teve coragem para fazer seu primeiro Ironman 70.3, em Brasília, e o bom resultado na prova mostrou que tinha "jeito" para o esporte. Em 2008, Ricardo decidiu então se aprofundar nos fundamentos do Triathlon e tomou a decisão de se inscrever no Ironman Brasil de 2009.
"No início de 2009 tive o privilégio de ir treinar com um grupo de triatletas de alto nível (Equipe EV Sports/Bransk/Asics) sob o comando do grande mestre Leandro Macedo, que me proporcionou uma evolução grande no Triathlon e, aos poucos, a confiança foi aumentando para encarar um dos maiores desafios da minha vida, o Ironman", lembra.
O dia da prova, Ricardo descreve como um dos mais felizes de sua vida. "Eu recordei toda minha história, tudo o que tinha passado para estar ali. Eu chorava muito, sem acreditar que aquilo tudo era real. Há poucos anos eu tinha um cenário fúnebre e estava prestes agora a me tornar um Ironman", emociona-se. “Quando cruzei aquele pórtico de chegada mágico do Ironman ao lado de minha esposa e filho, e escutei o locutor pronunciar a frase mágica ‘You are an Ironman’, vi que realmente tudo é possível", diz.
Ricardo diz que a prova em si foi maravilhosa. "Foi uma alegria do começo ao fim, era como se eu tivesse levitando, e consegui fazer um bom tempo, terminei em 10h41min totalmente feliz e realizado. Foi fantástico".
Ainda em 2009, Ricardo conquistou vaga para o Mundial de Ironman 70.3, em Clearwater, nos Estados Unidos, e para o Mundial de Triathlon Longa Distância ITU, em Perth, na Austrália. "No Ironman 70.3 nos Estados Unidos eu chorava demais!", recorda-se. "De novo me veio toda a minha história na cabeça e aquilo parecia um sonho". Como terminar as provas é uma emoção muito grande, Ricardo diz que teve que explicar ao filho pequeno que é possível chorar de felicidade. "Eu coloco o dvd do Ironman para ele assistir e explico a importância de tudo aquilo. Hoje eu sou uma pessoa mais alegre e descontraída", diz.
A disciplina com os treinos é rigorosa, mas sem sofrimento, pois Ricardo diz que adora as atividades. Os treinos são realizados 7 dias por semana, em dois períodos. De manhã, Ricardo treina, de forma alternada, ciclismo e corrida, e reserva as segundas-feiras para a natação pela manhã, no que chama de descanso ativo. À noite, dedica-se aos treinos de natação e treinamento funcional, intercalando também. Tudo em harmonia com seu trabalho e com a atenção à família. "O esporte consegue te dar uma produtividade muito grande, a mente fica mais "clara" e alerta", diz.
Ricardo ressalta que o segredo do sucesso foi justamente o cuidado que teve ao se iniciar a prática esportiva."Fui me descobrindo, curtindo cada fase, primeiro as caminhadas, depois os pequenos trotes, a natação na piscina de 10 m, até conseguir fazer meus primeiros 5 km correndo e aí, claro, o Triathlon". Além da disciplina e paciência em progredir lentamente, Ricardo também contou e conta com a ajuda de uma nutricionista esportiva e de treinadores para orientá-lo em todo esse processo de mudança. "A parte nutricional mudou muito a minha vida também, e tenho melhorado a cada dia", explica.
"O esporte com o seu poder transformador me deu a vida de volta. Essas histórias que o ativo.com conta são muito boas para inspirar outras pessoas para encontrar uma atividade que traga saúde e prazer", finaliza.
Ricardo na época do "caos", antes de virar triatleta:
Link
http://ativo.uol.com.br/Esportes/Pages/HistoriadeatletadocaosaoIronman.aspx
Um comentário:
Vc e o cara, quando eu crescer quero ser igual a vc
PARABENS
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