Temos visto ao longo dos últimos anos um crescimento das séries de provas com a marca Ironman e Ironman 70.3 ao redor do mundo, com um aumento significativo também no número de inscritos nessas competições. Estamos vivendo uma efervescência no triathlon e de olho nesse mercado que se abre, surge uma nova série de eventos nesse esporte com distâncias e conceitos inovadores. Trata-se da TriStar International Triathlon.
A nova série de eventos TriStar® oferece uma vasta gama de eventos de triathlon e que são projetados para a acessibilidade por triatletas e de todos os outros tipos de atletas que queiram participar de provas que combinam o mundo das três disciplinas (natação , ciclismo e corrida).
Acreditando no "YES, YOU CAN!" a nova série TriStar® tem potencial para atrair um número incrivelmente grande de participantes em seus eventos.
O pontapé inicial dessa nova série TriStar teve lugar em 12 de setembro de 2009, na Andaluzia, Espanha. A corrida divertida foi rotulada TriStar200, o que significa uma distância total de 200 km e teve que ser realizada durante o ciclismo, natação e corrida (nesta ordem!).
A distância TriStar200 faz parte da categoria "TriStar® Open Format". O formato aberto pode ser adaptado conforme as condições geográficas locais. Nesta categoria, até mesmo a sucessão das três disciplinas poderão ser alteradas (por exemplo, TriStar200 Andaluzia).
A Pacific Sports LLC e a Star Production SARL anunciaram oficialmente uma parceria exclusiva para levar a série européia TriStar, para os Estados Unidos em 2011. A série que teve quatro eventos na Europa durante 2010, planeja expandir para 30 eventos ao redor do mundo ao longo dos próximos cinco anos. A Série TriStar está em curso para ser uma potência internacional no triathlon.
Encontre a sua distância preferida e se diverta em um dos seguintes eventos:
No dia 27/out/10 (quarta-feira) embarco para a cidade de Miami com minha esposa, o companheiro de equipe e amigo Carvalhinho e os casais de amigos: Humberto e Eveline ; Rommel e Tatiana. Na segunda parte do vôo, de Manaus a Miami, encontro alguns amigos de Brasilia e o clima de descontração e bate-papo toma conta do vôo e o tempo passou mais rápido. Na chegada a Miami, carro alugado e no caminho do aeroporto até o hotel uma sensação de bem estar me invade. Fizemos o check-in no hotel e ainda deu tempo de uma passada em South Beach para jantar. Adoro o astral dessa cidade.
Na quinta-feira, hora de montar a bike e depois seguir para a retirada do kit da prova. Com um atraso de 45min, a organização do evento começa a entrega dos kits e fiquei desapontado com duas coisas. Não veio camisa do evento e nada das sacolas de transição. Cheguei a indagar sobre isso, e me disseram que era assim mesmo. No início da tarde outra decepção, com o congresso técnico precário, sem recurso de aúdio visual e com os atletas sentados no chão. Lamentável. Para salvar tantos pontos negativos, a feira do evento salvou a pátria. Nesse dia, resolvi não realizar nenhum treino, a não ser o de passear bastante na nossa Disneylândia (feira do evento). rsrsrs. Difícil se segurar para não sair comprando tudo que tem vontade. rsrsrs.
Chega a sexta-feira e saímos para uma sessão de natação no local da prova. Sem sucesso. Retornamos ao hotel e pegamos as bikes para um test-drive e checar tudo. Resolvo no início da tarde, realizar o bike fit da Retul. Com uns achando loucura e outros apoiando, resolvi não perder essa oportunidade, mesmo mudando o meu posicionamento na bike na véspera da prova. Bike fit feito e muito satisfeito com o resultado, hora de voltar ao hotel para descansar e preparar tudo para largar no dia seguinte. Perto das 17h, fomos fazer o bike check-in e mais uma cena lamentável da falta de organização do evento. Tinha uma centena de bikes sem lugar nos cavaletes. Estavam todas amontoadas uma sobre as outras. Inacreditável! Enfim, encontrei o local onde ficaria a minha bike e fico mentalizando tudo por alguns minutos. Pronto, agora é só aguardar o amanhã.
Acordo as 5h do sábado (30/out/10), faço todo o ritual pré-prova e por volta das 6h nos dirigimos para o Bayfront Park, local da largada, que ficava próximo ao hotel. Fomos a pé mesmo, ainda escuro e um clima bem agradável. Chegamos ao local e já estava bastante movimentado. Fiquei impressionado com o número de inscritos: 3.000 atletas. Impressionante! 10% de brasileiros. Ok, hora da pintura do número, abastecer a bike e organizar todos os itens na área de transição. Ouvimos a notícia no microfone que não seria liberada a roupa de borracha. A minha largada estava prevista para as 7:32, na "wave" 11, junto com os amigos Luciano Petri, Humberto e Alfredo. Nos dirigimos para o pier e a largada seria com todos já na água.
Com o DJ mandando bem nas músicas, animando atletas e todos que estavam prestigiando o evento, eis que é chegada a hora e soa o famoso "peeeeeeeemm". Lá vamos nós para 1900m de natação em volta única. Não tive dificuldade para visualizar as duas primeira bóias, mas depois daí o sentido de orientação ficou mais difícil. A terceira bóia estava muito longe do alcance visual. Ao chegar na quarta bóia, tenho a sensação que o percurso tem bem mais de 1900m e ainda tinha mais uns bons metros pela frente. Saío da água com 38min de natação, bem acima do que normalmente faço, que fica ali entre 31 e 32 minutos, o que só confirma a minha sensação da metragem totalmente errada do percurso de natação. Mais um ponto negativo pra organização. Vamos lá pra T1 que agora é hora de pegar a bike.
Monto na bike para encarar pela frente 90km e fico ansioso para saber como seria o percurso de bike. Não demora muito e começa uma série de curvas e pistas estreitas. Como ainda não tenho muita habilidade com a bike, um certo temor começa a se instalar e não me sinto muito seguro para imprimir um ritmo mais forte com receio de me acidentar. Levo essa sensação durante quase todo o percurso de bike. Não me senti relaxado, embora tenha tido alguns bons momentos de desempenho. Outro ponto negativo, foram os postos de hidratação. Não tinha água quando passava e só vi 2 postos durante todo o percurso. Como ponto positivo gostei do visual. Por volta do km 80, começaria o meu drama na prova. Sinto que estou começando a perder rendimento e com o passar dos kilômetros isso só vai se confirmando. Os sinais de esgotamento físico que vinha lutando nas semanas antes da prova, se apresentavam agora de forma muito clara e começo a travar um duelo de titãs com a minha mente. Finalizo os 90km de bike ainda com o bom tempo de 2h31m, muito desgastado fisicamente e com uma enorme dúvida. Será que daria para correr 21km?
Dou início a corrida e tento fazer o corpo voltar a ter forças e espero por esse milagre. A essa altura da prova, para piorar o meu drama pessoal, o sol aparece implacável e o percurso de corrida nos reservaria uma surpresa um tanto quanto cruel para mim naquele estágio. Tínhamos que subir uma ponte longa 8x, com inclinação forte. Para dar um toque a mais nesse cenário cruel, falta água gelada. Com cerca de 5km de corrida não consigo mais correr. Daí até o km 21, começo a andar muito mais que correr. Sinto um desapontamento grande. A idéia de desistir insiste em rondar os meus pensamentos, mas logo digo a mim mesmo que tenho que dar o meu melhor naquele dia. Lembro que adoro e respeito esse esporte. Lembro do meu filhão, parentes e amigos que me apoiam e me emociono bastante. Decido que irei concluir por eles. Deixo a minha frustração de lado, de ter quebrado feio na prova e elevo meus pensamentos na direção dessas pessoas importantes em minha vida e o foco total na minha chegada no pórtico. Durante esse tempo todo, penei bastante, oscilei muito de humor e percebi que essa prova iria me trazer depois grandes e valiosos ensinamentos. Após 2h21m de corrida concluí o Ironman 70.3 Miami com o tempo final de 5h37m.
Segue logo abaixo o emocionante vídeo produzido pelo amigo Humberto. Show!
Aproveitando a minha ida para disputar o Ironman 70.3 Miami, realizei o Bike Fit da Retul, que é considerado o melhor do mundo. O bike fit foi executado pelo EBP Cycling Lab de Miami. O procedimento é feito através de sensores plugados em várias partes do corpo do atleta e todos os dados são lidos pelo computador, que vai indicando as melhoras de acordo com o olhar clínico do técnico especialista da Retul e também com o feedback do atleta. O que impressiona nesse bike fit é a precisão da medição além do relatório completo e detalhado dos dados. Após todos os ajustes e finalizado o bike fit, foi notório o ganho em conforto, assim como a melhora do movimento da pedalada e que certamente irá se refletir em economia de energia e aumento de performance nas provas de ironman. Perfeito!
Segue os vídeos com o antes e depois do bike fit. Para visualizar melhor a mudança, sugiro executar os dois vídeos ao mesmo tempo.
Após 5 anos sendo realizado na bela cidade de Clearwater, na Florida, o Ironman World Championship 70.3 passará a ser disputado em 2011 em Las Vegas. Outra mudança passa a ser a data da realização da prova. A competição em Clearwater sempre foi disputada no mês de novembro e a partir do ano que vem, será disputada no dia 11 de setembro de 2011.
A mudança da data do mundial certamente pegará de surpresa os atletas que pretendem fazer o Ironman Brasil 70.3 Penha visando uma vaga no mundial. Qual o problema? Os poucos dias que separam uma prova da outra. Com data prevista para 27 de agosto de 2011, o Ironman Brasil 70.3 ficou a somente 15 dias de diferença para o mundial. É um período muito curto para o atleta com a vaga do mundial na mão, programar todos os itens (passagem, hotel, aluguel de carro,etc.) para ir a Las Vegas. Sabemos que esses itens exigem uma boa antecedência e com isso o planejamento desse projeto vai ficar muito crítico, principalmente a parte financeira.
Essa rolagem de vagas do mundial, no Ironman Brasil 70.3 2011, promete fortes emoções.
A temporada de competições de 2010 chega ao fim pra mim. Venho lutando nos últimos 40 dias contra um esgotamento físico ocasionado principalmente por vários fatores "extra-campo". Nesse período minha imunidade esteve baixa, perdi rendimento nos treinos, fiquei doente, além de tirar alguns dias "off". O ponto culminante foi no Ironman 70.3 Miami onde a partir do km 80 da bike, fui perdendo de forma muito rápida as minhas energias e todos já sabem o quanto sofri para concluir a prova. Tirei 7 dias "off" e na volta aos treinos, fiz uma sessão de natação moderada, 40 minutos de corrida leve e no outro dia um treino de bike moderado. Senti um cansaço fora do normal e muito abatido. Pronto, caiu a ficha! Estava claro os sinais que o meu corpo estava me relatando. Precisava parar tudo agora para o meu organismo se refazer. Acusei o golpe e decidi ficar todo o mês de novembro "off". Em dezembro tentarei voltar com treinos bem leves para em janeiro começar o ano de 2011 revigorado, forte e pronto para encarar mais uma temporada de treinos fortes visando o grande desafio do Ironman Brasil em maio.
Enquanto isso, nesse período de "folga" dos treinos (rsrsrs) vou aproveitar para curtir mais a minha família e os amigos. Fazer coisas que há tempos não fazia e refletir muito sobre tudo o que passei esse ano, pois isso será importante e vital para um bom planejamento pra 2011.
Aaaahhh, ia me esquecendo! Já tirei uma grande lição disso tudo: "Sou um ironman, não um superman".